Monday, May 28, 2007

Alto Minho Exporta Energia Eólica

Até ao primeiro semestre de 2007, os onze parques eólicos a instalar no vale do Minho, devem assegurar o consumo de energia eléctrica do distrito, permitindo, ainda, a exportação para outras regiões. A garantia foi dada ao DN pelo presidente da empresa Empreendimentos Eólicos do Vale do Minho (EEVM), depois de uma reunião de trabalho que decorreu, ontem, em Melgaço, com os autarcas locais. Carlos Pimenta explicou que o investimento, avaliado em 300 milhões de euros, vai permitir a instalação de onze parques eólicos, distribuídos pelos concelhos de Caminha, Cerveira, Valença, Paredes de Coura, Monção e Melgaço. No total, vão gerar uma potência de 254 megawatts (MW), tratando-se «de uma produção significativa a nível nacional» e que vai permitir «fornecer energia eléctrica para todo o distrito de Viana e, ainda, exportar». O presidente da EEVN garantiu que os parques eólicos dos concelhos de Caminha e Cerveira serão os primeiros a avançar, até 2005, com a instalação de três estruturas nas zonas de Arga, S. Paio e Espiga, debitando uma potência total de 50 MW. Até 2007, surgem os restantes oito. O projecto vai, ainda, envolver a construção de um posto de distribuição, em Pedralva, Braga, bem como a remodelação da rede eléctrica, de forma permitir receber a energia dos parques a instalar nos concelhos do interior. Para servir os parques do litoral, será construída uma estrutura em Vila Fria, Viana do Castelo. Todos os parques, garantiu Carlos Pimenta, serão edificados recorrendo à «tecnologia mais moderna», admitindo, mesmo, a possibilidade de grande parte do material ser fabricado e/ou montado na própria região, decorrendo já «negociações nesse sentindo». No total, serão implantados cerca de 120 aerogeradores, «que nunca produzirão menos de 2 MW cada». Os autarcas do vale do Minho não hesitam a comparar este investimento com o ante-projecto da Union Fenosa, para a instalação de três novas barragens no rio Minho, que a eléctrica espanhola aponta para uma produção total de 39 MW (13 MW por cada estrutura). Para Rui Solheiro, autarca de Melgaço, estas diferenças «dão-nos ainda mais razões políticas e morais para combater o projecto», tendo em conta a potência energética (254 MW) que vai ser gerada «de forma limpa e sem consequências para o meio ambiente».

Paulo Julião, Diário de Notícias



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